Línguas da Floresta (2024)
Línguas da Floresta faz uma imersão na diversidade cultural amazônica através da história, das vivências de homens e mulheres que se dedicaram ao estudo das línguas dos povos originários dessa imensa região do planeta. O filme destaca a experiência acumulada no Alto Rio Negro, principalmente no município de São Gabriel da Cachoeira. Além dos seus mais de 100.000 km2, o município possui uma das maiores concentrações de idiomas do planeta, são 18 etnias se comunicando por meio de quatro grandes famílias linguísticas ramificadas em duas dezenas de idiomas, como seu grande rio que vem esgalhado desde às remotas cabeceiras, abrindo caminhos numa floresta grandiosa e diversa. Se no começo foram os colonizadores e comerciantes que lá aportaram procurando compreender as línguas faladas no Alto Rio Negro para poder explorar o trabalho indígena, as missões católicas e evangélicas que seguiram tinham apenas a catequese como objetivo final, mesmo a custa do desaparecimento da cultura de muitos desses povos. Nessa região podemos experienciar a história da colonização do Brasil. Na chegada dos colonizadores vivia nessas terras 1500 nações linguísticas, hoje sobraram em torno de 150 línguas indígenas faladas no território Brasil.
O filme a mostra a herança Guarani da grande São Paulo, as pesquisas do Museu Goeldi, as trágicas perdas com o incêndio do Museu Nacional, a importante iniciativa da construção do Museu do Índio, hoje Museu dos Povos Indígenas na então capital do Brasil.
Direção: Juliana de Carvalho e Vicente Ferraz
Documentário, 76 minutos
Onde ver: Canal Cine Brasil TV
Como, numa cidade de 40.000 habitantes, nascem e resistem 18 línguas indígenas?
Esse mosaico de idiomas e modos de vida da região do Alto Rio Negro, está marcado pela oposição entre povos de rio e floresta.
Línguas da Floresta irá levar para as salas de cinema a sinestesia da vida entre rio e floresta e seus desdobramentos percentuais na estrutura e musicalidade das distintas línguas indígenas. Nessa busca, vamos atentos aos sinais e conceitos que esses idiomas nos dão, afim de compreender melhor a história da ocupação milenar e preservação deste território-vivo, bem como as perspectivas para essas culturas no desafio do contato com a sociedade nacional.
Produção, Direção e roteiro
Juliana de Carvalho, produtora e produtora executiva, tem se dedicado à produção de filmes de causa, cuidando também da fase de distribuição e de projetos especiais como projeções comentadas, comunitárias e escolares.
Caminho do Mar (2018). Prêmio Best Film no Green Film Festival em Brasília
São Sebastião do Rio de Janeiro (2016). Festival do Rio 2015
O Diário de Tati (2012)
Embarque Imediato (2009)
O Risco, Lúcio Costa e a Utopia Moderna. Especial do Júri 31º Festival de Cinema de Gramado – 2003. Melhor Documentário Festival de Cinema de Maringá/PR – 2004. Melhor Direção Festival de Varginha/MG – 2004
DIREÇÃO E ROTEIRO:
Vicente Ferraz, Cineasta carioca formou-se em Comunicação na PUC-Rio, e em cinema pela EICTV – Escola Internacional de Cinema e TV de San Antônio de Los Baños, em Cuba.
A estrada 47 (2013). Prêmio de Melhor Filme no Festival de Gramado 2014.
Arquitetos do poder (2010). Selecionado para o festival de documentários É tudo verdade.
O último comandante (2010. Selecionado nos festivais de Pequim e Chicago. Premiado nos festivais de Trieste e CineCeará.
Germano (2007). Episódio do longa coletivo O estado do mundo. Selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Soy Cuba, o mamute siberiano (2004). Prêmio de melhor documentário no Festival de Gramado e no Festival de Guadalajara (México). Representante do Brasil no Festival de Sundance em 2005.
Argumento e consultoria
Karol Obert, mestre em Linguística e Comunicação Intercultural pela Universidade Martin Luther Halle Saale, Alemanha, e doutora em Linguística pela USP, já realizou diversos trabalhos com a comunidade Waruá, em São Gabriel da Cachoeira (AM).
Trabalhos selecionados:
Documentação da língua Dâw;
Coleta, transcrição e tradução de histórias tradicionais;
Formação de pesquisadores indígenas no manejo de computadores e programas relevantes para documentação linguística;
Elaboração de um dicionário trilíngue português-Dâw-inglês.